terça-feira, 1 de novembro de 2011

Incompletude


A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou – eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Manoel de Barros


Medio tutissimus ibis.

A arte do descontentamento

“Não gosto do dia. Nem da noite. O calor me incomoda. O frio entristece. Chuva, me mata de medo. Da seca fujo eternamente. Não gosto do trabalho. Não consigo abandoná-lo. Quero descanso, não sei parar. Deveria.
Gosto da cidade, com a mesma intensidade que a detesto. Quero viver no campo, mas o tédio me assusta. Ainda ergo um arranha-céu, ou criarei galinhas. Sou amigo do ócio. Ponto.
Se durmo, quero acordar. Quando acordo, pra quê? Na vida, vejo pouco propósito. Mas é tanto tempo. E há muito a se viver. Falta-me paciência. Sobram-me as desculpas.
Fui privado, em algum momento da existência, da dose adequada do elixir da satisfação, da felicidade.
Pra mim, vai tudo mal. Até que fica bem.”
Rodrigo Bressane


Medio tutissimus ibis.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Todas as cartas de amor são ridículas

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor, 
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor, 
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram 
Cartas de amor 
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia 
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje 
As minhas memórias 
Dessas cartas de amor 
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos


Medio tutissimus ibis. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Bereshit

“Mais do que tudo.
Queria estar de novo contigo.
De novo, desde o começo.”
Anna Akhmátova


Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sexxxo

“(...) O sexo perde todo o seu poder e magia quando se torna explícito, mecânico, exagerado, quando se torna uma obsessão mecanizada. Fica enfadonho. (...) como é errado não misturar sexo com emoção, magia, fome, desejo, luxúria, caprichos, laços pessoais, relações mais profundas, enfim, coisas que modificam sua cor, seu gosto, seus ritmos e suas intensidades. (...) não sabe o que está perdendo com seu exame microscópico da atividade sexual, ao ponto de excluir aspectos que são o combustível que lhe ateia fogo. Intelectual, imaginativo, romântico emocional. É isso que dá ao sexo sua tessitura surpreendente, suas transformações sutis, seus elementos afrodisíacos. Você está reduzindo seu mundo de sensações, matando-o de fome, drenando seu sangue. Se você alimentar sua vida sexual com todos os excitamentos e aventuras que o amor injeta na sensualidade, será o homem mais potente do mundo. A fonte da potência sexual é a curiosidade, a paixão. (...) 0 sexo não viceja na monotonia. Sem sentimentos, invenções ou surpresas na cama. O sexo deve ser misturado com lágrimas, risos, palavras, promessas, cenas, ciúme, inveja, todos os condimentos do medo, da viagem ao estrangeiro, novas caras, romances, histórias, sonhos, fantasias, música, dança, ópio, vinho”.
Anais Nin


Medio tutissimus ibis.

Objeto do amor

“(...) A única putaria possível, fazemos com quem amamos. A maior pornografia que existe é o amor. Só no amor é possível ficar enlouquecido de tesão com uma mancha estranha nas costas da pessoa, com um pelo solitário que você encontra em algum centímetro de pele escondida, com uma posição que não favorece a barriga, com pés tortos e caretas estranhas. O amor acontece quando você não tem nojo de saborear toda a pessoa sem cerimônias ou limitações. O amor é quando não se pensa no sexo, apenas se faz para não morrer. Amor é sexo não cerebral, um fluxo ignorante que nos liberta completamente. Amar é nunca ter que pedir: ‘perdão, você pode tomar um banho?’ Amar é infinitamente mais sujo, perverso e doentio do que transar com qualquer pessoa suja, perversa e doentia num banheiro de uma balada suja, perversa e doentia. Aquilo que você faz, num lençol branco e limpinho, com a pessoa que você conhece há tantos anos, é muito mais perigoso que uma loucura com um desconhecido qualquer. Essa putaria rolando solta pelas noites afora não passa de desculpa medíocre de gente que sente inveja do amor. O amor é para os verdadeiros aventureiros, corajosos, desbravadores. O sexo selvagem e casual é coisa de menininha.”
Tati Bernardi


Medio tutissimus ibis.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Muros

“Nos últimos anos, só encontrei muros, frios e duros, que tentei escalar.
Mas cada muro que pulava dava em outros muros,
maiores, mais altos, mais largos.
Finalmente, o construtor de muros conseguiu
o intento de quem os constrói: distância.
Um dia, eu parei de escalá-los.
Fiquei do lado de fora e me contentei com isso.
Fui procurar quem constrói portas, cadeiras e pontes.”
William Douglas em, A Última Carta


Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Caça

“Só o desejo inquieto, que não passa,
faz o encanto da coisa desejada...
E terminamos desdenhando a caça
pela doida aventura da caçada.”
Mário Quintana


Medio tutissimus ibis.

Tudo e nada

“Eu prefiro ser um cara que quer tudo e não tem nada, do que ser, um cara que tem tudo e não quer mais nada. Porque a sua vida, pelo menos, enquanto você não tem nada e tá querendo alguma coisa, ela tem um significado, ela tá valendo à pena ser vivida.
No momento que você acha que já tem tudo, você começa a ter que procurar significado em outra coisa (...).”
Vik Muniz


Medio tutissimus ibis.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Rir

“Errar é humano, tropeçar é comum.
Ser capaz de rir de si mesmo é maturidade.”
William Arthur Ward


Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Como se

“O que eu sinto eu não ajo.
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo.
E ajo como se me entendesse.”
Clarice Lispector


Medio tutissimus ibis.

Por isso

“Não, meu coração não é maior que o mundo. É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo.
Por isso me grito.
Por isso frequento jornais, me exponho cruamente: Preciso de todos.
... Tu sabes como é grande o mundo...”
Carlos Drummond de Andrade


Medio tutissimus ibis.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quando rio

“Quando rio alto dos outros, sorrio também de mim, mas em silêncio.”
Johan Henrik Kellgren


Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O dom dos conformados

“A felicidade, aparentemente, não está diretamente ligada a fatores externos como condição social, sucesso no trabalho, relacionamentos pessoais e amorosos, ou mesmo a saúde física.
Isso deve ficar claro sempre que percebemos gente que tem tudo isso e é infeliz. Enquanto perambula, mundo afora, uma multidão de desafortunados que só sabe sorrir, mesmo quando lhes faltam os dentes.
A felicidade, portanto, parece muito mais abraçada à capacidade do indivíduo de se dar por satisfeito em situações diversas e contraditórias. Isso enquanto suprimem a predisposição para enxergar os cardos e abrolhos que amaldiçoam esta Terra desde sempre.
Em contrapartida, a cultura e o todo o conhecimento que nos é presenteado diariamente pela ciência, aparentemente colaboram para aumentar a dificuldade daqueles que não conhecem o contentamento.
Para o pobre sábio inconformado, a luz que o ilumina é a mesma que o destrói. A indignação com o erro, com a falta de lógica, com a ignorância alheia só faz aumentar quando ele se depara com mais erro, falta de lógica e ignorância.
Felizes são aqueles que sabem conviver com tudo. Que sentem-se bem em qualquer situação. Que dão de ombros pra vida e a vivem, do jeito que ela vem. Seja por escolha, capacidade mental ou pura falta de cérebro, talvez a maior de todas as bênçãos.
Para nós outros, resta a luz. E, com ela, mais tristeza. Até que um dia a luz se apaga e a tristeza desaparece.”
Rodrigo Bressane


Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Melancolia

“Ame um passado que não passou,
recuse um presente que machuca,
e não veja o futuro que convida...”
Pablo Neruda


Medio tutissimus ibis.

Dois

“O segundo casamento é o triunfo da esperança sobre a experiência.”
Samuel Johnson


Medio tutissimus ibis.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ausência

“As breves ausências estimulam o amor; as grandes, matam-no.”
Mirabeau


Medio tutissimus ibis.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Ciúmes

“O ciúme vê com lentes que fazem:
grandes as coisas pequenas,
gigantes os anões,
verdades as suspeitas.”
Camillo Castello Branco


Medio tutissimus ibis.

Prenúncio

“A ideia que não envolve perigo não chega a ser ideia.”
Oscar Wilde


Medio tutissimus ibsi.

Fazer


“A felicidade se faz, não se acha.”
E. J. Hardy


Medio tutissimus ibis.

Ameaça

“Toda mudança ameaça a estabilidade.”
Aldous Huxley


Medio tutissimus ibis.

Triunfante

“Existem derrotas mais triunfantes que as vitórias.”
Montaigne


Medio tutissimus ibis.

Aconselhável

“Na adversidade é aconselhável seguir algum caminho audacioso.”
Sêneca


Medio tutissimus ibis.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Coisa pior

“Não acho que haja coisa pior do que ser comum.”
Angela (personagem de Mena Suvari em Beleza Americana)


Medio tutissimus ibis.

Sonhe. Viva.

“Sonhe como se fosse viver para sempre.
Viva como se fosse morrer hoje.”
James Dean


Medio tutissimus ibis.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Temível

“Quando alguém teme a verdade, passa a controlar e a reprimir.”
Leonardo Boff


Medio tutissimus ibis.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Pax?

Si vis pacem, para bellum*

Nunca essa expressão de Vegécio fez tanto sentido em meu cotidiano.
A busca da paz, ou a busca da busca, gera conflitos, batalhas, guerras.
E nem sempre conflitos, batalhas, guerras de sangue. Mas, particular, internos e internas, subjetivos e subjetivas.
A problemática são os “conceitos” de paz.
O que é a paz? Qual paz? Que paz? Paz?
Todos querem paz. Paz é o que há!
Mas o outro é o estorvo. Citando Tio Sartre: O inferno são os outros!
E, inferno e paz não batem, não é?! Enquanto o estorvo for o cara do lado...
Tenho feito predileções à favor da minha paz! (Repito: Minha paz!)
Muita gente fica descontente. Muita gente olha de “rabo-de-olho”. Muita gente ignora. Muita gente aponta. Muita gente julga. Juízes da vida alheia.
Quero muito paz. Mas quero paz à minha maneira. Minha paz.
E paz, pra mim, é tão simples, tão único, tão exclusivo.
Até deixa de ser paz. Se torna: pazes. No plural, indicando muito, diverso, múltiplo...
Um bom vinho traz paz. Um bom filme traz paz. Boa música traz paz. Um cangote cheiroso traz paz. Ócio traz paz. Um sorriso. Um olhar. Um carinho. Um e-mail. Boa companhia...
E o outro? O outro se incomoda com a minha paz! Acha que a paz dele é melhor que a minha. Pode ser. Pra ele. E só pra ele.
Enquanto isso vou seguindo, parafraseando Marcelo D2, “à procura da paz perfeita”.
E o outro? Deixo pra lá. Fico com a minha paz que, ironicamente, me traz paz.
E minha paz tem voz. Pois paz sem voz, não é paz, é medo!
Tendo voz: Escrevo. Publico. Compartilho. E não arredo.
Afinal, é a minha paz! E, enquanto for minha, zelo até o fim.
Rovan Berto


Medio tutissimus ibis.

* Se queres a paz, prepara-te para a guerra.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Cobiça. Alvidez

“Se até hoje reverenciamos Hemingway, Fitzgerald, Picasso, Gertrude Stein, Cole Porter, Dalí e Buñuel, é porque a genialidade deles ultrapassou o tempo, tornando-os eternos. É comum enaltecer a significância de pessoas que inauguram um novo mundo através de seu olhar criativo e inquieto, mas esses homens e mulheres fascinantes existem e existirão em todas as épocas.”
Martha Medeiros


Medio tutissimus ibis.

Valeu?

“Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena”
Fernando Pessoa


Medio tutissimus ibis.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Desapego

“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos. Fechando portas. Terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu...
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos. Todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: Não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações: Mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... E o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixa ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto: Às vezes ganhamos e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo. Não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua ‘televisão emocional’ e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: Isso o estará apenas envenenando. E nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos não aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do ‘momento ideal’.
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: Diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível. Um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio. Pode mesmo ser difícil. Mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Fecha a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te um pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te: Tudo o que chega, chega por alguma razão.”
Fernando Pessoa


Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ponto alto

“Eu acredito que o ponto alto
da vida de um homem – a sua maior realização –,
é aquele momento em que ele deu sangue
por uma boa causa e está caído,
exausto, no campo de batalha – vitorioso.”
Vince Lombardi


Medio tutissimus ibis.

Uma polegada por vez

“Não sei o que dizer na verdade.
Três minutos... Para maior batalha da nossa vida profissional.
Tudo depende de hoje. Ou nos curamos como equipe... Ou vamos nos desintegrar.
Polegada e polegada, jogada a jogada, até acabarmos.
Estamos no inferno agora, cavalheiros.
Vão por mim.
E podemos ficar aqui, e levar merda na cara... Ou podemos lutar, e voltar à luz.
Podemos sair do inferno... Uma polegada por vez.
Eu não posso fazer isso por vocês. Já estou velho.
Eu olho para vocês, vejo esses rostos jovens, e penso: ‘Puxa, eu cometi todos os erros de um homem da minha idade’.
Joguei fora todo o meu dinheiro, acreditem ou não. Afastei todas as pessoas que me amaram. E, ultimamente, mal posso suportar minha cara no espelho.
Sabe, quando você envelhece, você perde as coisas. Isso faz parte da vida.
Mas você só aprende isso quando começa a perder coisas.
Vocês descobre que a vida se joga ao poucos. O futebol também.
Porque, nos dois jogos, vida e futebol... A margem de erro e tão pequena... Meio passo antes, ou depois, e você não agarra.
As polegadas que precisamos estão ao nosso redor. Estão em cada brecha do jogo... Em cada minuto, em cada segundo.
Neste time, nós lutamos por essa polegada. Neste time, nós nos dilaceramos, e a todos ao nosso redor... Por essa polegada. Nós agarramos com as unhas essa polegada!
Porque sabemos que, quando juntamos todas as polegadas... Isso vai fazer toda a diferença entre vencer ou perder! Entre viver ou morrer!
Eu garanto: Em qualquer luta... É o cara que está disposto a morrer quem as ganha.
E sei que, se eu ainda tiver alguma vida... É porque ainda estou disposto a lutar e morrer por elas. Porque isso é que é viver! Essas polegadas na sua cara!
Não posso obrigá-los a nada.
Olhem para o cara do seu lado, olhem nos olhos dele!
Você verá um cara que lutará por essas polegadas com você! Você verá um cara que vai se sacrificar pelo seu time... Porque ele sabe que, quando chegar a hora... Você fará o mesmo por ele!
Isso é uma equipe, cavalheiros.
E ou nos curamos, agora, como uma equipe... Ou morremos como indivíduos.
Isso é o futebol, pessoal.
É só isso.
Agora... O que vocês vão fazer?”
Al Pacino, em Um Domingo Qualquer


Medio tutissimus ibis.

Jeitos

“Há três jeitos de fazer as coisas:
O jeito certo, o jeito errado e o meu jeito.”
Robert DeNiro, em Cassino


Medio tutissimus ibis.

Tentação


“A única maneira de livrar-se de uma tentação é ceder a ela.”
Oscar Wilde


Medio tutissimus ibis.

Tudo?

“Dê a um homem tudo o que ele deseja,
e ele, apesar disso,
naquele mesmo momento,
sentirá que esse tudo não é tudo.”
Immanuel Kant


Medio tutissimus ibis.

Inominável

“Chame de anarquia ou do que quiser.
Mas tem horas em que você quer fazer
qualquer porra que bem entender e,
sabe, a vida é curta, então... Por que não?”
James Hetfield


Medio tutissimus ibis.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Que seria?

“Que seria de nós se não sonhássemos?”
José Saramago


Medio tutissimus ibis.

Inelutavelmente

“Cada momento de nossa vida é inelutavelmente
a intercessão do ‘que foi’,
com o ‘que está sendo’
para realização do ‘que será’.”
J.J. Calmon de Passos


Medio tutissimus ibis.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Amor é síntese

“Por favor! Não me analise. Não fique procurando cada ponto fraco meu, se ninguém resiste a uma análise profunda. Quanto mais eu: Ciumento, exigente, inseguro, carente, todo cheio de marcas que a vida deixou. Vejo em cada grito de exigência um pedido de carência, um pedido de amor. Amor é síntese. É uma integração de dados. Não há que tirar nem pôr. Não me corte em fatias. Ninguém consegue abraçar um pedaço... Me envolva todo em seus braços e eu serei perfeito, amor.”
Mário Quintana


Medio tutissimus ibis.

Sex

“Sexo é um intercâmbio de líquidos, de fluidos, de saliva, hálito
e cheiros fortes, urina, sêmen, merda, suor, micróbios, bactérias. Ou não é.
Se é só ternura e espiritualidade etérea, se reduz a uma paródia estéril do que poderia ser. Nada”.
Pedro Juan Gutiérrez


Medio tutissimus ibis.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Munheca

“O infinito, meu caro, é bem pouca coisa;
é uma questão de escrita.
O universo só existe no papel.”
Paul Valéry


Medio tutissimus ibis.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Por isso, Maria

“Oh! Por isso, Maria vês me curvo
Na face do presente escuro e turvo
E interrogo o porvir
Ou levantando a voz por sobre os montes
‘Liberdade’, pergunto aos horizontes
‘Quando enfim hás de vir’”
Castro Alves


Medio tutissimus ibis.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Encantos

“Pode-se amar até a loucura uma mulher dita feia,
por encantos que superam os encantos da beleza.”
Jean Paulhan


Medio tutissimus ibis.

Apetecer

“O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim”
Caetano Veloso


Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

re.mé.di:o

Perder. Derrota. Fracasso. Ser vencido.
Não jogo para perder. Não entro para perder.
O objetivo maior é a vitória, a conquista, o apogeu.

Se, sabe-se que, não vencerá, para que lutar?
Se, sabe-se que, o inimigo é mais forte, para que o combate?
Se, sabe-se que, nunca vai ganhar, por que não se contentar com o status quo?
Covardia? Por que não me lanço frente à obstáculos maiores que eu?
Covardia? Se não enfrento um inimigo que desconheço?
Covardia? Não! Prudência.

Não gosto de perder. Perder? Não! Não é para mim.

Prudência. Estratégia. Objetividade. Paciência.
É preciso estudar o adversário. Observá-lo. Analisá-lo.
Se não, a derrota virá. Rápida. Mortal. Invisível.

Não é covardia, quando, admite-se não conseguir... Quando se observa que é melhor nem tentar.

Você não consegue. Você não é capaz. Você é fraco.
Tolo. Ingênuo e Pueril.

"Seja um bom soldado e morra onde você caiu".

Você nem sabe o que te atropelou. Você nem sabe pelo que está lutando. Pra que vencer, se você nem sabe o que ou quem você quer derrotar?
Me derrotar? Me liquidar? Me superar?
Vale a pena? Topa o desafio? Tem certeza?

Não meço força. Não meço tamanho. Não meço aparência. Não meço estética.
Meço inteligência, sabedoria, sagacidade, perspicácia.

O que você tem? O que você fez? Melhor, o que é você?

Um conselho: Fique em seu lugar!
Uma sugestão: Não tente!
Um aviso: Cuidado!

Pense e repare que, onde você está, onde você chegou, já é uma conquista e tanto. Já é muito. Fique onde está. Do not move!
Observe que essa sua ambição é desnecessária. Olhe para o lado. Olhe para espelho. Viu? Já é muito! "Quem muito quer, nada tem!"
O que você pensa querer, o que você pensa conseguir conquistar, não dá. É muito para você. Se dê conta disso... E a derrota é inevitável!

"Não barganho. Eu dou, você aceita e pronto!"

Aceite as minhas palavras. Junte as letras que formam as frases...
Atente-se para isso. Aceite as minhas palavras...
Quem vai sofrer mais no final, é você...
Quem vai sentir a dor, é você...
Quem vai perder, é você!
Ouça. Preste atenção. Ouviu? Viu?
Esse sou eu.
No silêncio. Na noite. Nos seus sonhos. Na sua dor.
Nos seus desejos. Nas suas ambições. Na sua pressa. Na sua ilusão.
Nesse silêncio. Nesse desejo. Nessa ambição. Nessa ilusão. Nessa dor.
Eu estou! Sim, estou!

No meu mundo não há Deus, nem deus, nem deuses...

E se, por acaso, mesmo assim, resolver "encarar", vai ser um prazer...
Eu estou pronto, e você?
Só não me decepcione.
Se se levantar para combate, lute como homem, como gente grande, como guerreiro.
Faça a peleja valer a pena.
Eu estou pronto.
Sempre pronto.
E você?
Rovan Berto


Medio tutissimus ibis.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Oportunidade

“Quem perde a oportunidade, em vão a procura.”
Joaquim Setanti
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Medio tutissimus ibis.
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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tentativa

Estou tentando. Juro.
Tenho medo de não conseguir? Não.
Estou tentando. Preciso "retirar-me": Ego, orgulho, ideologias e otras cosas.
Convencer-me. Me deixar convencer.
Eu sei. Sim, sei. Só não sei como.
Como? De que maneira?
Sei e não consigo. Por isso tento.
A práxis. O como saber. O fazer. Fazer bem.
Sem utopias ou ilusões. Sabendo onde pisar.
Tarefa hercúlea? Não. Um bocado difícil apenas.
Nada sobre-humano. Mas, sobre humanos.
Gente. Homem. Mulher. Nós. E a diversidade inserida nessa miscelânea.
Ser racional quando tudo exige paixão?
Sem brincadeiras. Sem prolação. Sentimental.
Aprender. Apreender.
Nunca soube. Triste fato. Nunca soube.
Tento. Juro. Tento.
E tentando, sou tentado a prosseguir.
Até onde eu quero. Até onde conseguir. Até o fim?
Não me puno. Tento. Simplesmente.
Vislumbro o saber. Saber como.
Quiçá serei melhor.
Quiçá estarei melhor.
Quiçá farei melhor.
Quiçá. Oxalá.
Rovan Berto
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Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Calamitoso

“Na verdade,
você nunca acha que está à beira do desastre,
mesmo quando se encontra ali,
debruçado na borda.”
Johnny Depp
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Medio tutissimus ibis.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ideia

“Só para chateá-lo, uma ideia surgiu em sua mente. Era muito clara e muito nítida, e ele já tinha aprendido a reconhecer esse tipo de ideias. Seu instinto era o de resistir a elas. Esses eram os estímulos pré-programados provenientes das partes obscuras e inacessíveis de sua mente.
Ficou sentado e ignorou furiosamente a ideia. A ideia continuou lá, pertubando. Ele a ignorou. Ela continuou pertubando. Ela a ignorou. Ela pertubou ainda mais. Ele desistiu.
‘Que se dane’, pensou, ‘melhor seguir com o fluxo.’ Estava cansado demais, confuso demais e faminto demais para resistir. Ele nem sequer sabia o que aquela ideia significava.”
Trecho do livro "O Restaurante no Fim do Universo", de Douglas Adams
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Medio tutissimus ibis.

Mas nunca

“Vida: pode-se odiá-la ou ignorá-la, mas nunca gostar dela.”
Marvin, o Androide Paranoide
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Medio tutissimus ibis.

Dubitare

Não tinha certeza. Nunca teve certeza. Jamais teve certeza sobre qualquer coisa.
Certeza de nada. De nada ele tinha certeza.
Seria exagero chamá-lo de “sujeito sem certezas”. Afinal, tinha algumas.
Tinha certeza de nada. Tinha certeza da incerteza. E, tinha a certeza mais absoluta da dúvida.
Nunca sabia se estava certo. Ou errado...
Nunca sabia se era certo. Ou errado...
Haviam nada, dúvida e incerteza.
Não tinha medo. Não tinha coragem. Não tinha muito. Nem pouco. Ora, muito era pouco e pouco era muito, e isso confundia, criando mais incerteza e dúvida.
Nada tinha nada. E nada parecia ser bom, ou ter nada ou ser nada ou estar no nada. Às vezes. Só às vezes.
O pior da incerteza era nunca saber. Vive-se e não sabe.
Certeza? Certeza de que?
Certeza de que bananeiras dão bananas, macieiras dão maçãs e que batatinha quando nasce se esparrama pelo chão.
A incerteza da escolha.
A dúvida na escolha.
A escolha do nada.
A renúncia do nada.
A dúvida da renúncia.
A incerteza na renúncia.
Certo de que nada, incerteza e dúvida eram as suas certezas, teve convicção de que, não estava certo sobre isso.
O divagar. O devaneio. A teoria. A interrogação.
Por ter dúvida, duvidava.
Por ter incerteza, não ia. Nem vinha.
Por saber nada, morria.
Cego: e pensava enxergar. Não via um palmo à frente do nariz.
Surdo: só ouvia nada. E havia eco no silêncio do nada.
Mudo: com a incerteza e a dúvida, optara por não mais falar. Degustara a língua, o idioma e as canções.
Caminhava incerto com sua dúvida rumo à nada.
Na longa caminhada, se perdera...
No caminho escolhido, morrera...
A incerteza e a dúvida permaneceram ao seu lado até o último suspiro.
Nada também estava lá. Lá estava ele no nada.
Tinha vida e não sabia.
A certeza da incerteza fez com que a dúvida o asfixiasse no nada.
Vivera. Morrera. E nunca teve certeza.

Rovan Berto
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Medio tutissimus ibis.

*Dedicado à certeza que fiz incerteza porque a dúvida me enganou com nada.