quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tentativa

Estou tentando. Juro.
Tenho medo de não conseguir? Não.
Estou tentando. Preciso "retirar-me": Ego, orgulho, ideologias e otras cosas.
Convencer-me. Me deixar convencer.
Eu sei. Sim, sei. Só não sei como.
Como? De que maneira?
Sei e não consigo. Por isso tento.
A práxis. O como saber. O fazer. Fazer bem.
Sem utopias ou ilusões. Sabendo onde pisar.
Tarefa hercúlea? Não. Um bocado difícil apenas.
Nada sobre-humano. Mas, sobre humanos.
Gente. Homem. Mulher. Nós. E a diversidade inserida nessa miscelânea.
Ser racional quando tudo exige paixão?
Sem brincadeiras. Sem prolação. Sentimental.
Aprender. Apreender.
Nunca soube. Triste fato. Nunca soube.
Tento. Juro. Tento.
E tentando, sou tentado a prosseguir.
Até onde eu quero. Até onde conseguir. Até o fim?
Não me puno. Tento. Simplesmente.
Vislumbro o saber. Saber como.
Quiçá serei melhor.
Quiçá estarei melhor.
Quiçá farei melhor.
Quiçá. Oxalá.
Rovan Berto
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Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Calamitoso

“Na verdade,
você nunca acha que está à beira do desastre,
mesmo quando se encontra ali,
debruçado na borda.”
Johnny Depp
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Medio tutissimus ibis.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ideia

“Só para chateá-lo, uma ideia surgiu em sua mente. Era muito clara e muito nítida, e ele já tinha aprendido a reconhecer esse tipo de ideias. Seu instinto era o de resistir a elas. Esses eram os estímulos pré-programados provenientes das partes obscuras e inacessíveis de sua mente.
Ficou sentado e ignorou furiosamente a ideia. A ideia continuou lá, pertubando. Ele a ignorou. Ela continuou pertubando. Ela a ignorou. Ela pertubou ainda mais. Ele desistiu.
‘Que se dane’, pensou, ‘melhor seguir com o fluxo.’ Estava cansado demais, confuso demais e faminto demais para resistir. Ele nem sequer sabia o que aquela ideia significava.”
Trecho do livro "O Restaurante no Fim do Universo", de Douglas Adams
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Medio tutissimus ibis.

Mas nunca

“Vida: pode-se odiá-la ou ignorá-la, mas nunca gostar dela.”
Marvin, o Androide Paranoide
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Medio tutissimus ibis.

Dubitare

Não tinha certeza. Nunca teve certeza. Jamais teve certeza sobre qualquer coisa.
Certeza de nada. De nada ele tinha certeza.
Seria exagero chamá-lo de “sujeito sem certezas”. Afinal, tinha algumas.
Tinha certeza de nada. Tinha certeza da incerteza. E, tinha a certeza mais absoluta da dúvida.
Nunca sabia se estava certo. Ou errado...
Nunca sabia se era certo. Ou errado...
Haviam nada, dúvida e incerteza.
Não tinha medo. Não tinha coragem. Não tinha muito. Nem pouco. Ora, muito era pouco e pouco era muito, e isso confundia, criando mais incerteza e dúvida.
Nada tinha nada. E nada parecia ser bom, ou ter nada ou ser nada ou estar no nada. Às vezes. Só às vezes.
O pior da incerteza era nunca saber. Vive-se e não sabe.
Certeza? Certeza de que?
Certeza de que bananeiras dão bananas, macieiras dão maçãs e que batatinha quando nasce se esparrama pelo chão.
A incerteza da escolha.
A dúvida na escolha.
A escolha do nada.
A renúncia do nada.
A dúvida da renúncia.
A incerteza na renúncia.
Certo de que nada, incerteza e dúvida eram as suas certezas, teve convicção de que, não estava certo sobre isso.
O divagar. O devaneio. A teoria. A interrogação.
Por ter dúvida, duvidava.
Por ter incerteza, não ia. Nem vinha.
Por saber nada, morria.
Cego: e pensava enxergar. Não via um palmo à frente do nariz.
Surdo: só ouvia nada. E havia eco no silêncio do nada.
Mudo: com a incerteza e a dúvida, optara por não mais falar. Degustara a língua, o idioma e as canções.
Caminhava incerto com sua dúvida rumo à nada.
Na longa caminhada, se perdera...
No caminho escolhido, morrera...
A incerteza e a dúvida permaneceram ao seu lado até o último suspiro.
Nada também estava lá. Lá estava ele no nada.
Tinha vida e não sabia.
A certeza da incerteza fez com que a dúvida o asfixiasse no nada.
Vivera. Morrera. E nunca teve certeza.

Rovan Berto
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Medio tutissimus ibis.

*Dedicado à certeza que fiz incerteza porque a dúvida me enganou com nada.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Nevoeiro

“Mais uma vez ter que mergulhar
Descer ao fundo tentar encontrar o sonho que eu perdi
Correntes fortes em todo o lugar mudando tudo
Quando tudo está no tom pra ter um fim
As ilusões sempre a me perseguir
Não tem ninguém pra me ajudar a sair do fundo que eu não quis
Eu sei que o mundo não pode esperar
Enquanto isso não posso enxergar a um palmo do nariz”
Seu Jorge
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Medio tutissimus ibis.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Remédio

“Há um remédio para todo tipo de culpas: reconhecê-las!”
Franz Grillparaer
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Medio tutissimus ibis.

Crises e ideias

“Não são as ideias que fazem as crises.
São as crises que fertilizam as ideias.”
Fidel Castro
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Medio tutissimus ibis.

Avós

“Avô: pai sem exigências.
Avó: mãe com açúcar.”
Lauro Müller
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Medio tutissimus ibis.

Sonho trôpego

“Que sonho é esse de que não se sai?
E em que se vai trocando as pernas e se cai
E se levanta noutro sonho”
Chico Buarque
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Medio tutissimus ibis.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Sono

“O sono é um ensaio para morte, que vivifica a vida.”
Júlio Camargo
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Medio tutissimus ibis.

Sorte

“Sorte é o nome de uma coisa que não existe.”
Francis Bacon
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Medio tutissimus ibis.

Verdade e mentira

“Verdade e mentira, inimigas inconciliáveis, moram juntas e abraçadas.”
Carlos Drummond de Andrade
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Medio tutissimus ibis.

cri.ar

“Criar é matar a morte.”
Romain Rolland
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Medio tutissimus ibis.

Por querer

“É comum perder-se o bom por querer o melhor.”
William Shakespeare
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Medio tutissimus ibis.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sorrir, reunir e ganhar

“Eu admiro aqueles que conseguem
sorrir com os problemas,
reunir forças na angústia,
e ganhar coragem na reflexão.
É coisa de pequenas mentes encolher-se,
mas aquele cujo coração é firme,
e cuja consciência aprova sua conduta,
perseguirá seus princípios até a morte.”
Thomas Paine
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Medio tutissimus ibis.

Sina

“(...) Coração: desejo e sina
Tudo mais, pura rotina, Jazz
Tocarei seu nome pra falar de amor
Minha princesa, art-nouveau
Da natureza, tudo o mais
Pura beleza, Jazz (...)”
Djavan
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Medio tutissimus ibis.
zoe:t-ammô:sempre.muito.infinito!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Medo

Tenho medo do amor e não saber amar
Tenho medo da sombra e medo da luz
Tenho medo de pedir e medo de calar
Medo: que dá medo do medo que dá
Tenho medo de subir e medo de abaixar
Tenho medo da noite e medo do azul
Tenho medo de expelir e medo de aguentar
Medo: que dá medo do medo que dá
O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é alavanca que transforma a vida
O medo é a rachadura que alargou a dor
Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo: que dá medo do medo que dá
Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo: que dá medo do medo que dá
O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Tenho medo de rir e medo de chorar
Tenho medo de encontrar-me e medo de não ser
Tenho medo de dizer e medo de escutar
Medo: que dá medo do medo que dá
Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo: que dá medo do medo que dá
O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é um armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que trancou a vida
O medo e uma brecha que fez crescer a dor
O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do deus ou do demo?
É ordem ou é confusão?
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão
Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de dormir
Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer
Medo de amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo: que dá medo do medo que dá
Medo... que dá medo do medo que dá
Pedro Guerra, Lenine & Robney Assis


Medio tutissimus ibis.
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sábado, 7 de maio de 2011

Retroceder

“Não perca tempo assim, contando histórias,
pra que forçar tanto a memória?
Pra dizer: Que a triste hora do fim se faz notória
e continuar a trajetória é retroceder”
Arlindo Cruz, Serginho Meriti & Franco


Medio tutissimus ibis.
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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tempo de Amor

Ah, bem melhor seria

Poder viver em paz
Sem ter que sofrer
Sem ter que chorar
Sem ter que querer
Sem ter que se dar

Mas tem que sofrer
Mas tem que chorar
Mas tem que querer
Pra poder amar

Ah, mundo enganador
Paz não quer mais dizer amor

Ah, não existe coisa mais triste que ter paz
E se arrepender, e se conformar
E se proteger de um amor a mais

O tempo de amor
É tempo de dor
O tempo de paz
Não faz nem desfaz

Ah, que não seja meu

O mundo onde o amor morreu

Vinicius de Moraes & Baden Powell

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Medio tutissimus ibis.

Modernidade, homens & mulheres

“Mesmo com toda a conversa da modernidade, os homens permanecem presos ao sentimento de que devem sustentar suas mulheres (quando de fato, as querem para valer), e as mulheres também querem ser sustentadas. Podemos dizer que isso é cultura (isto é, poderia ser mudado via reeducação contínua) ou natureza inata (difícil de mudar). O problema é que sentimos que tudo que queremos (atenção, cuidados, delicadeza, dedicação, ‘a janta’) é opressão para as mulheres, enquanto tudo o que caracteriza o desejo da mulher (ser meio paranoica com tudo, exigir mil coisas, ou mais, para se sentir amada suficientemente, fazer-nos esperar por elas, sermos capazes de saber de antemão o que elas querem que saibamos, darmos presentes todos os dias) é direito da natureza feminina. Este é um nó que, com o tempo, desgasta a relação no cenário cotidiano.”
Luiz Felipe Pondé
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Medio tutissimus ibis.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tanto e tão pouco

“Há tanto para aprender e tão pouco tempo para viver.”
Baltasar Gracián
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Medio tutissimus ibis.