
- “Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
- Não há nada mais simples.
- Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
- Entre uma e outra todos os dias são meus.”
- Fernando Pessoa
Medio tutissimus ibis.
Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida
Milton Nascimento e Fernando Brant
Medio tutissimus ibis.
É da natureza do homem simpatizar apenas com as coisas que lhe dizem respeito, que tocam-no diretamente em algum ponto – por exemplo, o infortúnio. O céu, onde reina a felicidade ilimitada, encontra-se por demais acima da condição humana para que a alma seja vivamente afetada pela bem-aventurança dos eleitos; não conseguimos nos interessar mais do que moderadamente por seres perfeitamente felizes. É por essa razão que os poetas tem tido maior sucesso em descrever os infernos: pelo menos a humanidade está ali, e os tormentos dos culpados lembram-nos das misérias da vida.
François René de Chateaubriand
Medio tutissimus ibis.